18 setembro 2010

BIOGRAFIA POP DELL'ARTE (da editora)

Pop Dell'Arte


O Início
Os Pop Dell'Arte formaram-se no Bairro de Campo de Ourique em Lisboa em 1984, tendo João Peste como vocalista, Zé Pedro Moura como guitarrista, Ondina Pires como baterista, Paulo Salgado como baixista e Luís Saraiva como percussionista. No dia 11 de Fevereiro de 1985, gravam no estúdio da Musicorde em Campo de Ourique uma maqueta com quatro temas (Sonhos Pop, Turin Welisa Strada, Bladin e Eastern Streets) com a qual decidem concorrer à 2ª edição do concurso de música moderna do Rock Rendez-vous. Apesar do prémio principal ir para os THC (projecto ligado aos Xutos e Pontapés), acabam por vencer o prémio de originalidade na final disputada a 5 de Maio, recebendo elogios unânimes da crítica que acaba por os considerar, como por exemplo, António Sérgio, a melhor banda em concurso.
Em 1986 João Peste cria a editora Ama Romanta que lança, em Maio desse ano, o álbum "Divergências" onde aparecem, além dos Pop Dell’Arte e de uma entrevista ao sociólogo Paquete de Oliveira, nomes como Mler Ife Dada, Croix Sainte, Anamar, Essa Entente, Linha Geral e A Jovem Guarda, entre outros.
A Ama Romanta vai manter-se em intensa actividade até ao início dos anos 90 editando vários discos de enorme importância musicológica de nomes como Mão Morta, Mler Ife Dada, Telectu, Sei Miguel, Anamar, João Peste & o Acidoxi Bordel, Linha Geral, Nuno Canavarro, Pascal Comelade e, obviamente, Pop Dell’Arte. Durante esse período várias capas históricas são assinadas por nomes como os de Nuno Leonel, Alberto Faria, António Palolo, Vasco Colombo, Mateus Lorena e até mesmo João Peste e Ondina Pires.

Querelle
Em Outubro de 1986, dão o seu primeiro concerto fora de Portugal, na Discoteca El Kremlin em Vigo, juntamente com os Mão Morta, tendo Rafael Toral como novo elemento. Em Novembro do mesmo ano, após a morte de Luís Saraiva entram para estúdio para gravar o seu primeiro disco, o máxi-single Querelle/ Mai 86 editado pela Ama Romanta em Fevereiro de 1987, com produção de Nuno Rebelo, Amândio Bastos e Pop Dell’Arte.

Free Pop
O seu álbum estreia Free Pop, já com Luís San Payo na bateria, para substituir Luís Saraiva, é editado em Dezembro de 1987 e inclui vários clássicos da banda como Rio Line, Avanti Marinaio, Turin Welisa Strada e Berlioz , além de Juramento Sem Bandeira onde João Peste canta em dueto com Adolfo Luxúria Canibal dos Mão Morta.
Tendo sido considerado posteriormente um dos álbuns mais importantes de sempre da história da música pop e moderna feita em Portugal, “Free Pop”, em 1999, aparece no livro sobre os 100 álbuns mais importantes de música popular portuguesa do 2º milénio, editado pela FNAC, e na lista dos 20 melhores álbuns do século XX do Diário de Notícias. A crítica do jornal musical britânico Sounds atribui-lhe 4,5 pontos (em 5 possíveis), embora o Jornal Blitz em 1987 o tivesse colocado apenas em 10ª posição na lista dos melhores álbuns portugueses desse ano.

Controvérsias
No dia 28 de Janeiro de 1988, dão um concerto histórico em Lisboa, na Aula Magna, que divide totalmente os críticos entre elogios de genialidade e acusações de fraude. Num programa da TSF, divulgado em várias estações de rádio europeias, Viriato Teles (do Semanário Se7e) diz que não gosta de Pop Dell’Arte porque “aquilo que os Pop Dell’Arte fazem não é música”, enquanto João Lisboa (do Jornal Expresso) defende a banda referindo aquilo que considera a genialidade da mesma.
No final do ano de 1988, os leitores do LP-Jornal de Música votam nos Pop Dell’Arte como melhor banda do ano, no seu concerto da Aula Magna em Janeiro de 1988 como melhor concerto do ano e em João Peste como melhor vocalista.

ACID – Illogik Plastik
Em Maio de 1989, apresentam ao vivo no Rock Rendez-vous com os alemães Sprung Aus Den Wolken, o EP Illogik Plastik editado uma vez mais pela Ama Romanta. O EP inclui quatro temas novos: Illogik Plastik, O Amor É... Um Gajo Estranho, Poema Para Noiva Circular Em Betão Armado, Plástico Cor-De-Rosa Com Rádio Digital Programado Em F.M. e Sprung Aus Den Wolken dedicado à banda alemã com o mesmo nome, liderada por Kiddy Citny.

Acidoxi Bordel
No verão de 1989, a banda desfez-se e João Peste forma com Jorge Ferraz dos Santa Maria, Gasolina em Teu Ventre! o projecto Acidoxi Bordel que dura apenas alguns meses. O EP João Peste & o Acidoxi Bordel é editado em Julho de 1990 pela Ama Romanta com os temas Groovy Noise-Dada Rock, Clio Software, Cocaine, Amigo e Distante Domingo e capa de Alberto Faria.

Ready-Made
Os Pop Dell’Arte regressam em Fevereiro de 1991, com um concerto memorável no Cinema Alvalade, com os More Republica Masónica na 1ª parte. Em Janeiro de 1992, editam o máxi-single 2002 com uma nova formação que inclui Pedro Alvim e João Paulo Feliciano e que conta com a participação, no tema 2002, de Sei Miguel, General D. e Salomé – um travesti recrutado no clube lisboeta Finalmente.
O álbum Ready-Made é editado um ano depois, em 1993, e inclui temas como Janis Pearl, Green Lantern e The Ballad Of Lilly-Io. Como Peste explica em várias entrevistas na altura, Ready-Made é uma homenagem a um dos seus heróis de sempre, o artista francês Marcel Duchamp – aliás por quem Peste já clamara na letra de Sonhos Pop (T.Rex, Echo, Roussel, Duchamp...).

Sex Symbol
Em 1995, assinam contrato com a Polygram – através de Paulo Salgado e da Vachier, agência que na altura tratava da gerência da banda – e lançam o álbum Sex Symbol, com Paulo Monteiro e J.P. Simões como guitarristas. Sex Symbol inclui clássicos do grupo como: Poppa Mundi, My Funny Ana Lana, Moon In Your Room e Orange Kaleidoscope, tendo Ricardo Camacho, Sei Miguel, Fala Mariam e Mai Mouna Jales como convidados e capa feita por Paulo Monteiro a partir de uma fotografia de Luisa Ferreira.
Depois de uma paragem de vários anos, os Pop Dell’Arte regressam em 1999 num concerto no Fórum Lisboa com uma nova formação que inclui para além de João Peste e Zé Pedro Moura, Paulo Monteiro, Luis San Payo, Tiago Miranda, Carlos Luz e João Matos.

Anos 2000
Em 2002, editam o EP So Goodnight, e dão um concerto em Londres na discoteca Cargo, com Nuno Castedo na bateria.
Em 2006, lançam a compilação Poplastik, com capa de Nuno Leonel e Joaquim Pinto, que inclui três temas inéditos: J’ai Oublié (All My Life), Stranger Than Summertime e No Way Back – uma versão do original de Adonis, No Way Back, um clássico House de Chicago do final dos anos 80.
Ainda em 2006 os DJs belgas The Glimmers incluem a versão de No Way Back no álbum-compilação Fabric Live 31, enquanto Carlos Conceição realiza o video de uma versão de Lady Godiva’s Operation dos Velvet Underground que os Pop Dell’Arte gravam para a Skud & Smarty Records.

Reedição do "Querelle" em 2007
Em Maio de 2007, ano que marca duas décadas da data de lançamento do máxi-single "Querelle", a Bloop Recordings lança uma reedição comemorativa do disco que conta com a versão original de "Querelle" no lado A e com uma versão re-editada pelos belgas The Glimmers, "Querelle (The Glimmers New Beat Flash Card version)", no lado B.
Essa edição, coloca os Pop Dell'Arte, no Verão de 2007, uma semana em 1º lugar de vendas da Juno.co.uk, uma das principais lojas online de venda de discos.
No final do ano de 2007, a Eskimo Recordings lança a compilação "The Glimmers - Eskimo Volume V", onde aparece a sua versão re-editada de "Querelle".

"No Way Back" e Adonis em 2008
Em 2008, os Pop Dell'Arte recebem a bênção de Adonis, autor original de No Way Back, tendo o produtor incluido a versão dos Pop Dell'Arte numa edição intitulada "Adonis presents Pop Dell'Arte", editada pela Mathematics, editora norte-americana de música de dança. O EP contém ainda remistura de Steve Poindexter para Querelle dos Pop Dell'Arte e versão dos The Circles para "2 Far Gone".

Discografia

Discos próprios
• Querelle – Máxi (Fevereiro 1987)
• Sonhos Pop – Single (Novembro 1987)
• Free Pop – Álbum (Dezembro 1987)
• Illogik Plastik - EP (Abril 1989)
• Free Pop - CD (Fevereiro 1991)
• Arriba! Avanti! - CD (Fevereiro 1991)
• 2002 MC Holy – Máxi Vinil (Janeiro 1992)
• Ready Made – Álbum (Março 1993)
• Sex Symbol – CD (Junho 1995)
• So Goodnight – CD Single (Fevereiro de 2002)
• POPlastik – CD (Janeiro de 2006)
• Querelle 1987-2007 - Single (Maio de 2007)
• No Way Back Tribute – Maxi (2008)

Compilações
• Música Moderna Portuguesa vol.1
• Divergências
• Ama Romanta 1986-89
• Sons e Temas
• Johnny Guitar
• 10 Anos Sempre No Ar
• Mais Valem 36 Músicas no Sapatinho…
• Ama Romanta... Sempre!
• Indiegente
• Fabric live 31
• The Glimmers - Eskimo Volume V

Videografia
• "Illogik Plastik" – Alberto Faria (1991)
• "Querelle" – José Pinheiro (1991)
• "Ballad of Lilly-Io" – Vitor Rua (1992)
• "Lady Godiva’s Operation" – Carlos Conceição (2007)

2 comentários:

anton disse...

A biografia é capaz de estar interessante (ainda não a li) mas não gostei nada de referirem que os THC estavam ligados aos Xutos. Parece querer dizer que ganharam por causa disso. O Prémio de Originalidade até acabou por premiar bandas interessantes como os próprios PDA e Mão Morta.

anton disse...

Mais uma achega (e final). Aparece a indicação de uma secção chamada videografia. Infelizmente não saiu um DVD sobre a banda por isso não se trata de lançamentos desse tipo. Aparece a indicação de alguns videos mas a banda terá muitos outros. Lembro-me do teledisco do "My Funny" em que aparece a Ana Deus nos coros. Já que achavam pertinente a secção deveriam completá-la.