Sendo um dos pioneiros no uso da internet (o meu site teve início em Maio de 1999 mas já em 1997 estava listado com outro nome) nunca me ocorreu fazer uma única busca do nome Armindo Rock ou Armindo do Rock. Alguma vez tinha que ser a primeira (foi há 2 dias) e assim tive acesso a dois blogs;
http://estado.blog.com/tag/portugal/
http://rockemportugal.blogspot.com/
Ainda não tive oportunidade de ler o livro Memórias do Rock Português, mas há um desconhecimento geral do que foi o movimento do rock no Norte de Portugal nos anos 60. Nada que me diminua enquanto intérprete, mas penso que faz falta conhecer algo sobre o assunto.
A partir de 1961 (aos meus 17 anos) com o nome de Armindo do Rock, acompanhado pelo conjunto Tony Araújo que já naquela altura estava equipado com guitarras fender e aparelhagem de som Semprini, muito em voga nos conjuntos italianos e usada também pela orquestra francesa Eddie Vartan.
Mais tarde fui co-fundador dos conjuntos Blusões Negros e Tártaros. Por certo não fui um ilustre desconhecido, pois além de ter realizado o primeiro festival de Rock e Twist em Portugal, Cinema Aguia D’Ouro, Porto, mereci o convite da parte do Empresário Vasco Morgado para actuar como cabeça de cartaz num dos espectáculos que ele realizou no Monumental aos Domingos. Apresentador; Henrique Mendes, outros artistas; Simone de Oliveira e Paula Ribas. No dia anterior, Sábado, participei num festival de rock com o Victor Gomes. Uma réplica desse festival foi mais tarde produzida no Teatro Sá da Bandeira, no Porto. Ao tempo fui sondado por um emissário do realizador (apresentou-se como tal) do filme “Pão Amor e Totobola”, para saber do meu interesse em participar no filme. Não tive qualquer disponibilidade e sei que o Zeca do Rock participou no referido filme.
Fiz vários espectáculos como cabeça de cartaz. Não tendo gravado qualquer disco (na Alvorada achavam que eu era maluco) andei nos lugares cimeiros para o Rei da Rádio (António Calvário). Largamente referido em várias revistas, tais como; Flama, Plateia, Crónica Feminina, Jornal Feminino, Jornal de Notícias (primeira página, 1/4 de página).
Cantei em inglês, francês e português, tendo sido autor de várias canções em Português, e por isso recebi cheques da Sociedade de Autores. O meu primeiro rock em português data de 1961 com o título “Eu quero o rock”.
Ao tempo recebia mais de 400 cartas por mês pedindo fotografias autografadas.
Fui o único artista português convidado por Vasco Morgado para actuar com Sylvie Vartan e Eddie Vartan, no Pavilhão dos Desportos, no Porto. Fiz a primeira parte e a Sylvie Vartan fechou o espectáculo.
Mais tarde voltei a ser convidado por Vasco Morgado para actuar com Gilbert Bécaud. Enquanto estava a aguardar pelo contrato, a marca Deca impôs o conjunto João Paulo dos Açores.
Umas semanas depois, talvez para compensar a opção pelo conjunto João Paulo, fui convidado a actuar no Rivoli, no Porto, com o cantor francês Richard Anthony. Aceitei e prontifiquei-me a assinar o contrato, o qual impunha que também actuasse nos espectáculos de carnaval (4 dias) no Pavilhão dos Desportos no Porto. Porém não cumpri o contrato e deixei o empresário sem alternativa por recusa (à ultima da hora) do Tony Araújo (conjunto), porque o jovem sentiu-se amuado pelo facto de ter anunciado aos colegas do liceu que ia acompanhar o Armindo Rock no Rivoli com Gilbert Bécaud, mas depois quem apareceu no cartaz foi o conjunto João Paulo. Criancices! Senti que tinha sido uma ofensa para o Vasco Morgado, e a partir daí desisti da vida artística. Tinha 20 anos de idade.
Curiosidades: Vivi na Rua do Moreira 51, Porto. A 10 metros do meu prédio vivia o jovem Pedro Abrunhosa, a 60 metros Clara de Ovar e o jovem Machado Vaz, a uns 300 metros os conjuntos Walter Behrend, Pedro Osório, e os Blusões Negros (claro!).
Nos anos 60 abundavam os conjuntos de rock e música ligeira no Porto. Dos que conheci, sinto-me mal se não referir os seguintes nomes; Titãs, Sousa Pinto, Tony Hernandez, Os Espaciais.
Ao tempo, estes nomes do Sul eram populares; Os Conchas, conjunto Mistério, Fernando Conde, Victor Gomes e os Gatos Negros
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1 comentário:
Armindo como os anos passam...
Lembraste da tua prima Bete, do bloco ?
Eu, sou o Miro teu colega de infância. gostaria de trocar impressões contigo.
Armindo Rock ... Quem diria
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zulmiro.rai@gmail.com
Abraço do Miro
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