hats&chairs
Durante um ano e meio, The Soaked Lamb, gravaram treze temas, todos originais, todos de chapéu. Fortemente inspirados pela música das décadas de 1920 a 1940, especialmente jazz e blues, não evitaram coisas mais modernas, algumas eléctricas, e referências étnicas. As músicas foram feitas devagar, mas exibem uma panóplia de ritmos que vão da valsa ao swing. O disco foi misturado e masterizado por Branko Neskov e tem convidados como Nuno Reis (Funk Off And Fly; Mercado Negro; Cool Hipnoise), Pedro Gonçalves e Tó Trips (Dead Combo), Jorge Fortunato (49 Special).
Hats & Chairs é um disco de músicos sentados, dirigido a um público igualmente sentado, em que as coisas se passam de chapéu.
www.soakedlamb.com
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Biografia
A banda nasceu em 2006, quando Miguel Lima (o baterista) decidiu gravar um CD. Um dos mem¬bros (Afonso Cruz) tinha um apartamento capaz de conter música como a que imagina¬ram. Ficava na Almirante Reis, mesmo ao lado da Sopa dos Pobres e era um espaço quase infinito dividido em nove ou dez as¬soalhadas e uma varanda com uma vista soberba para o Intendente. Nesse espaço, gravaram-se umas bases e foram chegan¬do outros músicos. Nunca tocaram juntos, mas foram gravando (alguns nem sequer se conheceram nessa altura) e, depois de con¬cluídas as gravações, começaram os ensaios para poder tocar ao vivo. Ou seja, a banda nasceu de um disco e não ao contrário. Por¬que todos os membros da banda têm outras profissões (dois publicitários, uma designer, um técnico de som, um ilustrador e reali¬zador, um escritor, ilustrador e realizador) as gravações foram feitas aos domingos.
O dono da casa fez, algumas vezes, enso¬pado de borrego. Foi assim que a banda ganhou um nome: graças à ementa de domingo. No primeiro CD, se ouvido com atenção, sentem-se travos a cravinho, comi¬nhos e vinho tinto. Tendo sido totalmente gravado em casa, chamou-se Homemade Blues, e é um disco de música artesanal gravado ao longo de quase um ano.
Depois de ensaiados, começaram os con¬certos por todo o país. The Soaked Lamb participaram ainda na banda sonora de filmes, em especial uma longa (de Leonel Vieira, “A Arte de Roubar”) e em anúncios comerciais. E, há cerca de ano e meio, co-meçaram as gravações do segundo disco, com características mais ecléticas do que o primeiro. É composto exclusivamente de originais e totalmente gravado em estúdio (Índigo), apesar de ser, tal como o outro, feito à mão.
Muito do espírito desta banda é inspirado na música americana da primeira metade do século XX. The Soaked Lamb não são imunes ao que se passa à sua volta, à contemporaneidade, mas preferem tocar sentados. No fundo, compoêm com uma lentidão que não é nada moderna. The Soaked Lamb não têm tempo para ter pressa, fazem as músicas como eram feitas há setenta ou oitenta anos, com o cuidado de quem faz uma melodia para durar e não um ritmo para trepar os tops. Os concertos passam-se sentados, o público e a banda. Tocam a cores, mas soa a preto e branco. Todos usam chapéu, mas já houve um elemento que tocou, contra todas as regras, de sandálias. São seis músicos, mas os instrumentos são mais de uma dúzia: Miguel Lima toca bateria e percussão, Tiago Albuquerque toca trompete, clari-nete, saxofones, guitarra, concertina e uku-lele, Mariana Lima canta e toca saxofone e ukulele, Vasco Condessa toca piano e outras teclas, Afonso Cruz canta e toca guitarra, banjo, ukulele, harmónica e lap steel, Gito toca contrabaixo. E ainda há um megafone envolvido.
Por tudo isto, o nome do segundo disco da banda, não podia ser mais evidente: Hats & Chairs.
18 fevereiro 2010
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