Os Beatnicks, um dos grupos importantes do Pop/Rock nacional, passaram pelas décadas de 60, 70 e 80.
Com diferentes formações e diferentes estilos de música, os Beatnicks começaram em 1965 como um projecto incipiente.
A sua primeira formação incluía João Ribeiro e Manuel Paulo, que apenas efectuaram alguns espectáculos, sem grande capacidade de surpreender.
A segunda fase dos Beatnicks começa em 1971, com Ribeiro, Rui Pipas (precocemente falecido num acidente de viação), Mário Ceia (que, mais tarde pertenceria a uma formação dos Hosanna) e José Diogo.
O grupo elege o inglês como língua das suas canções. Tocam no Festival de Vilar de Mouros e em Vigo (Espanha). Gravam um EP que contém "Cristina Goes To Town" (tema incluído na colectânea editada em CD " Biografia do Pop/Rock"), que é complementado com " Little School Baby" e "Sing it Along". Nesta fase chamavam-se Beatniks.
Em 1972 editam o single “Money”, com o lado B a ser ocupado por “Back In Town”, na mesma linha Hard Rock.
Nesta fase, o grupo está próximo de uma corrente Hard Rock. Há quem diga que poderiam ser os Black Sabath portugueses.
Ramiro Martins (que tinha entrado no grupo algum tempo antes em substituição de Pipas) reforma o grupo (que esteve parado por problemas relacionados com o serviço militar), já depois do 25 de Abril. Entram Jorge Casanova, Tó Leal e uma jovem actriz, filha do futebolista José Águas. Esta última era Helena Águas (mais tarde conhecida por Lena D'Água). O grupo tinha 2 vocalistas e actuava, sobretudo, em Festas de Finalistas, com incidência no distrito de Castelo Branco.
A partir de 1976 a banda envereda por um estilo "progressivo", muito próximo de uns Yes, Genesis, ou, em Portugal, Tantra.
Jorge Casanova começa a compor temas como "Cosmonicação" ou "Somos o Mar" e os espectáculos do grupo incluem projecção de slides e fumos carbónicos, uma novidade total em Portugal, só vista no concerto que os Genesis deram em 1975, no Pavilhão de Cascais.
A banda actua em vários festivais ao lado de Tantra, Hosanna, Psico, Arte & Ofício e Waveband. Este último grupo constituído por músicos alemães que se radicam em Portugal, tem a participação de um membro dos Beatnicks como músico convidado. Foram inúmeros os espectáculos que os dois grupos fizeram em conjunto.
Os Beatnicks gravam um single com "Somos o Mar" e "Jardim Terra", em 1978 durante a fase "progressiva", mas sem Lena D’Água, que tinha já abandonado a banda.
Ramiro lança-se num projecto efémero chamado Doyo (que inclui quase todos os membros dos Beatnicks com pseudónimos como Jedo ou Doio Kaosos), e grava e edita um dos piores discos (um LP intitulado “A Quem Doer”) da fase do "boom" do Rock português, em 1981.
Os Beatnicks, com Ramiro, ainda regressarão para gravar um single “Blue Jeans”/ "Magia", precisamente na avalanche de bandas de Rock dos anos 80, com o qual não conseguirão nenhum sucesso (o qual não trazia nada de novo em relação a outras bandas). A banda ainda editará o LP “Aspectos Humanos”, na linha do single anterior, no qual se nota a decadência da banda. Completamente desactualizados e com o público interessado em Rui Veloso, GNR e UHF, os Beatnicks acabam por morrer de morte natural.
Ramiro faleceu há mais de 10 anos.
Em 2009, a companhia discográfica Portuguese Progressive Pearls edita um LP em vinil intitulado “Heavy Freaks Are Back In Town”, com todos os temas que os Beatnicks editaram em single e EP, excepto “Blue Jeans”/”Magia”.
16 agosto 2009
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2 comentários:
isto està parado....fostes aos banhos?????
abraço
constantino
Está-se a esqueçer de uma banda pela qual (nós) beatnicks.... tivémos sempre um respeito e amizade especial... ANANGARANGA
http://us.geocities.com/vilardemouros1971/anangaranga.htm
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