23 fevereiro 2007

JOSÉ AFONSO MORREU HÁ VINTE ANOS




A falta que faz José Afonso: o homem, o poeta, o cantor, o professor...
A falta que faz para denunciar estes novos "vampiros" do déficie, que só se preocupam com números.
Para esses fariseus pró-governamentais: aqui está um homem (que foi professor) que se libertou da lei da morte. Tenho a certeza que José Afonso voltará a ser descoberto pelas novas gerações. O mesmo não direi de Maria de Lurdes Rodrigues, Valter Lemos e quejandos... Esses passam, os verdadeiros humanistas ficam...

2 comentários:

Anónimo disse...

Obrigada por lembrares o Zeca!

Maio disse...

Carta ao Zeca
(com as palavras que ele nos deixou)

Tu querias que esta fosse
uma terra da fraternidade,
uma cidade
sem muros nem ameias,
com gente igual por dentro
e gente igual por fora.
Mas tu sabias
como era a lei,
nesta terra em que
quem trepa
no coqueiro
é o rei,
nesta terra em que
eles comem tudo,
comem sempre tudo
e não deixam nada.
Por isso nos chamavas:
Venham mais cinco!
Traz outro amigo também!
E cada um de nós respondia-te,
silenciosamente:
A gente ajuda,
havemos de ser mais,
eu bem sei…

Partiste
faz hoje 20 anos,
mas parece que foi ontem.
Parecerá sempre que foi ontem,
porque as tuas palavras, as tuas canções, o teu exemplo,
continuam connosco,
a dizer-nos que
o que faz falta é avisar a malta,
porque o pão que muitos comem ainda sabe a merda,
porque continua a haver infância que nunca teve infância,
Porque ainda há homens que dormem na valeta.

Que a voz não te esmoreça, vamos lutar, dizias.
É isso que continuaremos a fazer.
Enquanto há força!

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Um abraço ao amigo Aristides
Aurélio "Maio" Malva