Aristides Duarte: Memórias do Rock português (Ed. de autor; 2006)
Apesar de parecer um livro de 1983 pelo péssimo grafismo, fotocomposição, fotografia do autor, escolha de papel, de fonts, etc... o livro foi editado este ano (em Abril) [1]. E porque raios comprei eu isto? Simples, trata-se de um compédio sobre o Rock português e como não há nada no mercado que faça referência a esta cultura... [5]. "Saudosista", com critérios mal amanhados (onde estão os Mão Morta, Pop Dell' Arte, Mata-Ratos, Censurados?) e com artigos metidos a martelo - o compédio refere-se quase só a bandas Rock portuguesas dos anos 60 aos 80 mas isso não impede do autor incluir nos artigos dos Melhores de 1999 (2000, 2001, 2002 e 2003) que inclue discos de Folk, Fado e outros atrasos-de-vida. [2] Agora, que é uma obra importante, lá isso é, afinal quem é que fez o "trabalhinho sujo" de compilar biografias destas bandas todas? E para não falar das reproduções de capas e imagens de concertos já perdidos no tempo? [4] Foi um cromo do Sabugal que ainda tem o blogue rockemportugal.blogspot.com (o blogue é melhor que o livro, pelo menos as reproduções de capas e fotos estão nítidas). Mais ninguém lembrou-se de fazer esta recolha e não estou a ver nenhum instituto público a pegar nisto! Juntamente com o recente guia Duzentos e trinta e um discos, para um percurso pela música urbana em Portugal (FNAC; 2005), estas "Memórias" tornam-se num livro com alguma importância. Científicamente e editorialmente é um desastre. [3]
31 julho 2006
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14 comentários:
por falar em "231 discos" há um site na net com a maioria das capas desse livro (não sei porque passou de 231 para 200)
http://rateyourmusic.com/lists/list_view?list_id=42821&show=50&start=150
Algumas notas:
1-Qualquer selecção de nomes é sempre subjectiva. 2-O livro que saiu com o Publico também só tinha até 1989 e depois era completado com as listas dos melhores dos outros anos e com uma pequena critica./ está no seguinte link http://mp2000.no.sapo.pt/mampp.htm
uma critica a esse livro
3-Quando saiu a Enciclopédia da Música Ligeira também saiu uma critica no expresso que referia desigualdades de tratamento [nomes importantes tinham tanto espaço como o Vitor Espadinha. por exemplo], informações que poderiam ser corrigidas ou obtidas, nomes em falta, etc MAs não deixavam de referir que havia muito trabalho de casa que já ficava feito e que a obra era muito importante. No prefácio até se referia a lástima dos arquivos das editoras, etc.. A obra do Aristides Duarte [presente na maioria dos sites que focam a história da música em portugal] é mais uma contribuição para a construção dessa história. Quando há entidades como o Instituto de Etnomusicologia da Universidade Nova de Lisboa que tem prometido há vários anos um livro sobre a música em portugal que nunca mais [se calhar por boas razões] é de saudar a rapidez com que AD passou da ideia à concretização.
A Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX, organizada pelo Instituto de Etnomusicologia da UNL, deverá ver o seu primeiro volume publicado em inícios de 2007, pelo Círculo de Leitores e Editorial Notícias. É verdade que a obra tem demorado bem mais do que os seus organizadores julgavam inicialmente, mas tal deveu-se precisamente à grande dificuldade em verificar a veracidade das informações, tendo sido feito um trabalho quase de "arqueologia" no que toca ao levantamento das fontes estudadas.
Quanto às obras já publicadas, cada uma tem o seu valor e nenhuma está isenta de erros. Pena é que, em muitos casos, os pedaços de música abordados nelas não estejam disponíveis comercialmente ao público em geral, obrigando mais uma vez os interessados em ouvi-los a um trabalho de arqueologia em busca do vinil perdido... Porque só ouvindo a música se pode (ou se deve) falar sobre ela.
De facto o autor do blog OsamaSecretLover poderá ter razão em algumas das criticas apontadas, nomeadamente a falta de algumas referências importantes do chamado rock português, ou feito em Portugal. Todavia, as criticas apontadas pecam pela falta de bom senso na avaliação. Primeiro há que ter em conta que se está perante uma edição de autor, com recurso e apoios parcos, logo, as criticas ao grafismo mostram-se excessivas e feitas por quem, concerteza nunca tentou produzir nada de relevante sózinho. Depois, veja-se os trabalhos desta área feitos até então e a quase inexistência de informação oficial ou vias "travessas" acerca de grande parte dos nomes apresentados no livro e dê-se o mérito a quem teve a "pachorra" para efectuar tal compilação.
E mais, trata-se de uma 1.ª obra, que, acredito irá ser objecto de edições futuras revistas e melhoradas. Força Aristides.
Não concordo nada com o blogger quando ele critica o aspecto gráfico do livro...essa é precisamente uma das coisas que mais gosto no livro...o seu lado artesanal e estranhamente familiar....estes fundamentalismos são estúpidos e afastam-nos do essencial, do que está por detrás da obra...a paixão livre e espontanea pela música portuguesa...
Onde se pode adquirir o livro?
Não mais se poderá falar de Rock em Portugal sem profundamente referenciar este livro do Aristides Duarte.
P.S.
Essa é que é essa!...
Muito Obrigado!
Aristides és o maior men. O teu trabalho é formidável. Nós que vivemos na primeira pessoa aqueles anos loucos, agradecemos-te do fundo do coração, pelas memórias, pelas saudades.Há coisas que não mudam.
Um grande abraço de Aveiro.
AVC
José Manuel de Aguiar said...
Aristides Duarte:
Hoje vem uma entrevista com José Cid no Jornal as Beiras em que ele afirma, tal como no seu livro "Memórias do Rock Português" que o Rui Veloso não é o Pai do Rock Português, como o rotulou certa imprensa de Lisboa.
José Cid afirma que se o Rui Veloso é o Pai então ele é a "Torre Eiffel do Rock Português".
Embora com maior contenção esta tese pareceu-me ser a perfilhada no seu "Memórias".
Na verdade, o seu corajoso livro ultrapassa o mero registo formal oferecendo-nos uma boa base conceptual, objectiva, que não está sujeita a clichés ou opiniões pré-definidas.
Agosto 15, 2006
Primeiro, o autor da crítica do post devia aprender a escrever antes de dizer asneiras...
Concordo inteiramente com o que é dito pelo José Manuel de Aguiar.
É impossivel agrada a Gregos e a Troianos...
Eu gosto! do teu tabalho e orgulho-me por seres quem és...
"os cães ladram, a caravna passa"
continua...
A critica acima transcrita é uma situação semelhante à fabula de Fedro (isto sem querer melindrar ninguém) que falava de um pintor que expôs a sua obra num local publico para escutar as críticas de quem passasse. De entre muitos que teceram apreciações à obra, passou um sapateiro que começou. Como era su mister por criticar a feiura dos chinelos de uma figura de um dos quadros.
O artista apreciou a critica incisiva do sapateiro. Este porém, entusuiasmou-se e passou a tecer comentários depreciativos sobre outros pormenores acima dos chinelos. O autor afastou o critico com esta enfática frase “ não suba o sapateiro para além, dos chinelos”.
Força Aristides, neste País existe o hábito de destruir porque é fácil, mas construir é que é mais dificil.
Vamos avançar para o Memórias II.
Foi por este comentário de tão rafeiro que é, que hoje mesmo encomendei o livro, não só para o conhecer mas também pela ajuda que me vai dar para conhecer mais um pouco da música Portuguesa.
É um livro de autor e quanto a luxos não podemos esperar muito, mas quanto a trabalho e empenhamento podemos esperar o máximo possível do autor.
Já o seu blog é uma mais valia para a divulgação, como o tem sido para mim, podia estar melhor organizado pois podia mas muitas vezes não vivemos para uma coisa só e temos outras coisas mais importantes como a família, os amigos, e o prazer de beber uns copos a conversar. Se o Senhor da crítica quiser contribuir com trabalho e valor monetário para uma segunda edição do livro com luxos, que como diz é tão má, de certeza que o Senhor Aristides Duarte não vai recusar.
Um Abraço amigo, e continuação de tudo que tem feito até agora.
Djlitss
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