07 maio 2005

BIOGRAFIA PETRUS CASTRUS

Formados em 1971, os Petrus Castrus eram constituídos pelos irmãos Castro (Pedro –voz e guitarra , ex –Chinchilas e José- baixo). Recrutaram dois antigos membros dos Play Boys (Júlio Pereira- guitarra e Rui Reis-teclas) aos quais se juntaria ainda João Seixas (bateria) e começaram a praticar uma música próxima do Rock sinfónico, então muito em voga.
Conseguem um contrato discográfico com a Valentim de Carvalho e editam dois EP’s com os títulos “Marasmo” e “Tudo isto, Tudo mais”, que foram muito bem recebidos pela crítica.
Desvinculam-se da Valentim de Carvalho e passam para a recém-formada Sassetti , onde editam o seu álbum de estreia intitulado “Mestre”, hoje considerado um dos melhores discos portugueses de todos os tempos. O disco foi gravado em França, no mesmo estúdio onde José Afonso gravou o essencial “Cantigas do Maio”.
“Mestre” é constituído por músicas com poemas de Bocage, Alexandre O’Neill, Ary dos Santos, Fernando Pessoa e Sophia de Mello Breyner Anderson. O facto de terem gravado estes poetas vale-lhes a confiscação do disco por três meses pela famigerada Comissão de Censura.
Pouco tempo depois da gravação do disco, Júlio Pereira sai , para formar os mais “rockeiros” Xarhanga, com os quais gravaria dois singles. Mais tarde , Júlio Pereira ficaria ligado à nova música popular portuguesa com a edição do disco “Cavaquinho” e abandonaria, definitivamente, o Rock.
Ainda antes do 25 de Abril de 1974, os Petrus Castrus gravaram o single “A Bananeira”, só editado depois dessa data histórica para Portugal.
A atitude de sátira social, desde sempre associada à banda e por ela assumida, não tinha nada a ver com as propostas musicais surgidas no pós-revolução, em que se tentava dizer de uma só vez o que esteve escondido durante muitos anos, através da chamada música de intervenção.
Como a banda não se sentia bem nesse papel, suspende as suas actividades. João Seixas e Rui Reis ingressam nos Plutónicos, mais tarde Ferro & Fogo.
João Seixas haveria de reencontrar Júlio Pereira, quando fez parte da banda do autor de “Cavaquinho”, em concertos ao vivo.
Os irmãos Castro partem para o estrangeiro para regressaram em 1976, licenciados em economia e engenharia.
O “bichinho” da música ficou lá , no entanto. E , assim, em 1976 a banda regressa com um novo LP intitulado “Ascensão e Queda”.
Em trio, com os irmãos Castro e Miguel Urbano na bateria, os Petrus Castrus contam , ainda, com as participações de Very Nice ( actualmente Fernando Girão), Lena D’Água e Nuno Rodrigues (membro da Banda do Casaco). Embora seja um fracasso comercial e tenha sido arrasado pela crítica da época, hoje esse disco é procurado, sobretudo pelos coleccionadores de música progressiva, tendo sido objecto de uma reedição por uma editora sul- coreana.
Ainda gravaram mais dois singles: “Cândida” e “Agente Altamente Secreto”, mas só será editado o primeiro.
Chegaram a dar alguns concertos ao vivo e desaparecem. Pouco tempo depois surgiria outra banda de Rock progressivo que iria dar brado, os Tantra.

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