31 dezembro 2007
30 dezembro 2007
OS MELHORES DISCOS DA MÚSICA PORTUGUESA EM 2007 (para nós)
OS MELHORES DA MÚSICA PORTUGUESA, EM 2007
O ano 2007 trouxe uma boa colheita de música portuguesa. Para além das novidades, foi este ano que começaram (finalmente) a ser “desenterrados” verdadeiros tesouros da música portuguesa, há muito esquecidos e que viram edição em formato digital.
Na nossa opinião, foram estes os melhores discos da música portuguesa neste ano (a ordem de apresentação é aleatória):
“Sound In Ligth”, dos BLASTED MECHANISM (Ed. Universal) – Um disco que prova a, cada vez mais, maturidade da banda de Valdjiu e Karkov. Com as colaborações de Salvatore Tiliba e Arahdur. Esta edição oferece um segundo CD, que se pode adquirir na "net" e se intitula "Light In Sound".Nunca os Blasted soaram tão radicais.
“Posta Restante”, dos CHUCHURUMEL (Ed. Autor) – O segundo disco da banda de César Prata e Julieta Silva é uma verdadeira ponte entre tradição e modernidade. Gravado nos Estúdio Reque Rec. apresenta temas de tradição oral, recolhidos por Lopes-Graça e Giacometti e vários outros estudiosos. Cada um dos temas é endereçado a uma personalidade ou colectivo ligados à música tradicional, daí o título do CD. A utilização da electrónica é muito apropriada, neste registo. Uma das grandes surpresas do ano.
“Shangri-La”, dos WRAYGUNN (Ed. Som Livre) – O regresso dos Wraygunn, a banda de Coimbra, comandada por Paulo Furtado (Legendary Tiger Man), num registo muito “Soul” e “Rock’n’ Roll”.
Os Wraygunn são um dos grandes grupos portugueses do momento, com todas as hipóteses para vingarem e terem uma carreira internacional. Se tal não acontecer, em 2008, os estrangeiros devem ser bem “duros de ouvido”.
“Não Sou Daqui”, de AMÉLIA MUGE (Ed. Vachier & Associados) – Amélia Muge apresenta o seu melhor trabalho até este momento. Embora tenha data de edição de 2006, o trabalho só foi colocado à venda este ano e, por isso, figura na lista.
Tem participações de José Manuel David (dos Gaiteiros de Lisboa), José Peixoto, Yuri Daniel e direcção musical do ex – Trovante José Martins (companheiro de Amélia).
Outra das surpresas maiores do ano que agora finda.
“Risco”, dos MIOSÓTIS (Ed. Autor) – Banda de Peniche, praticante de um certo estilo de Rock progressivo, os Miosótis apresentam um trabalho bastante elaborado e melhor que o precedente “O Monstro e a Sereia”. Álvaro Silveira, Paulo Chagas, Carla Delgado, Vasco Patrício, David Vicente, César Delgado e Alberto Leitão são os músicos desta banda.
Participam, como convidados, João Nuno Represas, Manuel Cardoso (dos Tantra), Zara Quiroga, Daniela Chagas, Eduardo Sérgio Ferreira, Nuno Silva, Carlos Gameiro e Paulo Muiños, os quais conseguem engrandecer com o seu contributo a música praticada pela banda.
“Canções Prometidas Raridades Volume II”, dos UHF (Ed. AMRA) – O segundo disco de temas raros dos UHF, saído em Novembro deste ano (o primeiro Volume foi editado em Março) só terá edição comercial a partir de Janeiro de 2008.
Constituído por 13 temas que vão de 1979 até 2007, os UHF provam (se ainda for preciso provar alguma coisa) porque andam nisto há tantos anos, sempre com sucesso.
Rock puro e duro é o que este disco nos propõe.
Destaque-se a versão de “Grândola, Vila Morena”, com as participações de Vitorino, Manuel Freire, José Jorge Letria e Samuel, todos contemporâneos de José Afonso e que, com gosto participaram nesta aventura. Tal como escreve António Manuel Ribeiro, também nós pensamos que o Zeca iria gostar desta versão. Tivemos o privilégio de ver os UHF tocar esta versão, ao vivo, em 2002 (no Sabugal); quando começou a germinar a ideia de gravá-la, o que só aconteceu este ano.
“Independança”, dos GNR (Ed. Som Livre) – O primeiro LP dos GNR, finalmente em formato CD, num disco duplo. Num dos discos está versão integral de “Independança”, um dos “míticos” discos do Rock português, muito influenciado pela “New Wave” e com o famoso “Avarias” (um tema que ocupava todo o lado B do LP e demora 27 minutos). No outro CD os temas dos três primeiros singles da banda de Tóli César Machado. Nos dois primeiros Rui Reininho ainda não pertencia aos GNR (“Portugal Na CEE” e “Sê Um GNR”). O segundo é o EP “Twistarte”., com um magnífico e “aflamencado" “General Eléctrico”. Essencial.
“Integral”, dos SHEIKS (Ed. Som Livre) – Da colecção “Do Tempo do Vinil”, tal como os CD’s dos GNR, Manuela Moura Guedes ou Jorge Palma, esta “Integral” inclui toda a obra gravada pelos Sheiks na Valentim de Carvalho, o que só deixa de fora os LP’s “Pintados de Fresco” e “Sem Cobertura”, dois LP’s já dos anos 70 do século XX.
A obra dos Sheiks dos anos 60 (apresentada em “Integral”) é essencial para se compreender um pouco das origens do Rock português. O grupo de Paulo de Carvalho chegou a ter, a uma escala caseira, tanto sucesso como os Beatles. E os temas dos Sheiks são muito bons. Algumas das raridades incluem versões em castelhano e temas em português desta banda que ficou conhecida por cantar, quase sempre, em inglês.
Outro disco essencial.
Poderão ser ainda referidos os discos de Jacinta (“Convexo”) e Couple Coffe (“Com As Tamanquinhas do Zeca”), ambos de homenagem a José Afonso.
Também foram importantes para a música portuguesa os discos “Cintura”, dos Clã e a homenagem a Adriano C. Oliveira por músicos da nova geração (intitulado “Adriano Aqui e Agora- O Tributo").
No capítulo das reedições salientam-se “Mestre”, o incontornável disco dos Petrus Castrus e o primeiro LP de Jorge Palma (“Com Uma Viagem na Palma da Mão”), originalmente saído em 1975.
O ano 2007 trouxe uma boa colheita de música portuguesa. Para além das novidades, foi este ano que começaram (finalmente) a ser “desenterrados” verdadeiros tesouros da música portuguesa, há muito esquecidos e que viram edição em formato digital.
Na nossa opinião, foram estes os melhores discos da música portuguesa neste ano (a ordem de apresentação é aleatória):
“Sound In Ligth”, dos BLASTED MECHANISM (Ed. Universal) – Um disco que prova a, cada vez mais, maturidade da banda de Valdjiu e Karkov. Com as colaborações de Salvatore Tiliba e Arahdur. Esta edição oferece um segundo CD, que se pode adquirir na "net" e se intitula "Light In Sound".Nunca os Blasted soaram tão radicais.
“Posta Restante”, dos CHUCHURUMEL (Ed. Autor) – O segundo disco da banda de César Prata e Julieta Silva é uma verdadeira ponte entre tradição e modernidade. Gravado nos Estúdio Reque Rec. apresenta temas de tradição oral, recolhidos por Lopes-Graça e Giacometti e vários outros estudiosos. Cada um dos temas é endereçado a uma personalidade ou colectivo ligados à música tradicional, daí o título do CD. A utilização da electrónica é muito apropriada, neste registo. Uma das grandes surpresas do ano.
“Shangri-La”, dos WRAYGUNN (Ed. Som Livre) – O regresso dos Wraygunn, a banda de Coimbra, comandada por Paulo Furtado (Legendary Tiger Man), num registo muito “Soul” e “Rock’n’ Roll”.
Os Wraygunn são um dos grandes grupos portugueses do momento, com todas as hipóteses para vingarem e terem uma carreira internacional. Se tal não acontecer, em 2008, os estrangeiros devem ser bem “duros de ouvido”.
“Não Sou Daqui”, de AMÉLIA MUGE (Ed. Vachier & Associados) – Amélia Muge apresenta o seu melhor trabalho até este momento. Embora tenha data de edição de 2006, o trabalho só foi colocado à venda este ano e, por isso, figura na lista.
Tem participações de José Manuel David (dos Gaiteiros de Lisboa), José Peixoto, Yuri Daniel e direcção musical do ex – Trovante José Martins (companheiro de Amélia).
Outra das surpresas maiores do ano que agora finda.
“Risco”, dos MIOSÓTIS (Ed. Autor) – Banda de Peniche, praticante de um certo estilo de Rock progressivo, os Miosótis apresentam um trabalho bastante elaborado e melhor que o precedente “O Monstro e a Sereia”. Álvaro Silveira, Paulo Chagas, Carla Delgado, Vasco Patrício, David Vicente, César Delgado e Alberto Leitão são os músicos desta banda.
Participam, como convidados, João Nuno Represas, Manuel Cardoso (dos Tantra), Zara Quiroga, Daniela Chagas, Eduardo Sérgio Ferreira, Nuno Silva, Carlos Gameiro e Paulo Muiños, os quais conseguem engrandecer com o seu contributo a música praticada pela banda.
“Canções Prometidas Raridades Volume II”, dos UHF (Ed. AMRA) – O segundo disco de temas raros dos UHF, saído em Novembro deste ano (o primeiro Volume foi editado em Março) só terá edição comercial a partir de Janeiro de 2008.
Constituído por 13 temas que vão de 1979 até 2007, os UHF provam (se ainda for preciso provar alguma coisa) porque andam nisto há tantos anos, sempre com sucesso.
Rock puro e duro é o que este disco nos propõe.
Destaque-se a versão de “Grândola, Vila Morena”, com as participações de Vitorino, Manuel Freire, José Jorge Letria e Samuel, todos contemporâneos de José Afonso e que, com gosto participaram nesta aventura. Tal como escreve António Manuel Ribeiro, também nós pensamos que o Zeca iria gostar desta versão. Tivemos o privilégio de ver os UHF tocar esta versão, ao vivo, em 2002 (no Sabugal); quando começou a germinar a ideia de gravá-la, o que só aconteceu este ano.
“Independança”, dos GNR (Ed. Som Livre) – O primeiro LP dos GNR, finalmente em formato CD, num disco duplo. Num dos discos está versão integral de “Independança”, um dos “míticos” discos do Rock português, muito influenciado pela “New Wave” e com o famoso “Avarias” (um tema que ocupava todo o lado B do LP e demora 27 minutos). No outro CD os temas dos três primeiros singles da banda de Tóli César Machado. Nos dois primeiros Rui Reininho ainda não pertencia aos GNR (“Portugal Na CEE” e “Sê Um GNR”). O segundo é o EP “Twistarte”., com um magnífico e “aflamencado" “General Eléctrico”. Essencial.
“Integral”, dos SHEIKS (Ed. Som Livre) – Da colecção “Do Tempo do Vinil”, tal como os CD’s dos GNR, Manuela Moura Guedes ou Jorge Palma, esta “Integral” inclui toda a obra gravada pelos Sheiks na Valentim de Carvalho, o que só deixa de fora os LP’s “Pintados de Fresco” e “Sem Cobertura”, dois LP’s já dos anos 70 do século XX.
A obra dos Sheiks dos anos 60 (apresentada em “Integral”) é essencial para se compreender um pouco das origens do Rock português. O grupo de Paulo de Carvalho chegou a ter, a uma escala caseira, tanto sucesso como os Beatles. E os temas dos Sheiks são muito bons. Algumas das raridades incluem versões em castelhano e temas em português desta banda que ficou conhecida por cantar, quase sempre, em inglês.
Outro disco essencial.
Poderão ser ainda referidos os discos de Jacinta (“Convexo”) e Couple Coffe (“Com As Tamanquinhas do Zeca”), ambos de homenagem a José Afonso.
Também foram importantes para a música portuguesa os discos “Cintura”, dos Clã e a homenagem a Adriano C. Oliveira por músicos da nova geração (intitulado “Adriano Aqui e Agora- O Tributo").
No capítulo das reedições salientam-se “Mestre”, o incontornável disco dos Petrus Castrus e o primeiro LP de Jorge Palma (“Com Uma Viagem na Palma da Mão”), originalmente saído em 1975.
Esta carta aberta foi publicada ,na semana passada , no Jornal NOVA GUARDA, onde Fernando Cabral, deputado do PS eleito pela Guarda,é colunista
CARTA ABERTA AO DEPUTADO FERNANDO CABRAL
Caro Dr. Fernando Cabral:
Sou eleitor no Distrito da Guarda e leio, sempre, os seus artigos no Jornal “Nova Guarda”.
Sou professor do 1.º Ciclo e sei que o sr. é, também, professor. Sou cidadão e não súbdito e, nesse sentido, resolvi dirigir-me a si, como representante na Assembleia da República dos eleitores do Distrito da Guarda.
Acredito que deve conhecer as localidades de Aguincho, Castanheira, Rebolosa, Foios, Aldeia Velha, Algodres, Escalhão, Sabugueiro, Sandomil, Torre de Terrenho, Mós, Soito, Bismula, Vilar Maior ou Lageosa, todas no nosso Distrito e onde a sua lista candidata às eleições legislativas recebe sempre votos. Pois, nestas localidades, já eu estive a trabalhar. Tenho quase vinte anos de serviço e, como vê, conheço algum Distrito “real”. Sempre aceitei o trabalho, fosse onde fosse. Nunca recorri a “estratagemas” para recusar ser colocado. Como pode verificar sei muito bem o que é mobilidade e não sei o que é a tão apregoada estabilidade do corpo docente, pelo Governo, repetidamente; afirmada.
Não sei, também, porque “carga de água” é que só os professores andam nesta espécie de nomadismo, não tendo estabilidade, quando outros funcionários do Ministério da Educação (nomeadamente os administrativos ou os auxiliares) não têm esse problema. Acho este um verdadeiro “case study”.
Não tenho sido bafejado pela sorte: em 2001, já tinha o “alvará” na mão, para ser colocado numa escola a 15 km da minha residência, quando recebo um telefonema da então Direcção Escolar a informar que, devido a uma reclamação, seria colocado a 100 km de casa. Os restantes candidatos mudaram, apenas, de uma escola a 5 km para uma a 8 ou 9 km.
Noutro Concurso (aquele Concurso “marado” de 2004, do tempo do Santana Lopes, lembra-se?) fui parar a 80 km de casa, enquanto outros colegas menos graduados, com a história dos “destacamentos”, vieram para perto da minha área de residência.
Diga-me, que eu desconheço, onde está a acção judicial contra a empresa que prejudicou professores, encarregados de educação e o país em geral (uma tal Compta), já que as aulas só se iniciaram mais de 15 dias depois do programado, até que outra empresa conseguiu detectar o erro?
Bem sei que foi no tempo de Santana Lopes e já toda a gente (ou quase toda) se esqueceu, mas na época, foi muito falado que iriam levantar um processo contra a empresa e nunca mais se ouviu falar nisso. A própria ministra dessa época regressou ao seu trabalho e não foi nada com ela. Já ninguém se deve lembrar do nome dela.
Já neste último Concurso (de 2007/2008) sou colocado a 125 km da minha casa. Azar… No Concurso não apareceram todas as escolas e eu fui o último a ser colocado. Na semana seguinte à minha colocação surgem já vagas para escolas na minha área de residência (a febre de encerrar escolas deu este resultado- escolas encerradas que não podem ir a Concurso e colocadas a Concurso oito dias depois, porque voltaram a reabrir). Mas eu já estava colocado… E não havia nada a fazer.
Passado pouco tempo aparece uma vaga numa escola a 15 km da minha residência (escola essa onde eu estive colocado já por duas vezes, onde conhecia os alunos e a comunidade) e colocam lá uma colega da área onde eu fui colocado. Ou seja, um professor do concelho de Sabugal vai trabalhar para o concelho de Seia e uma professora do concelho de Seia vai trabalhar para o concelho de Sabugal. Tenta-se uma permuta e… alegam que não é possível. Um dos motivos seria o grave prejuízo pedagógico para os alunos. Assim é que está bem!!! Porreiro, pá!!! Os professores são meros números!!! Aliás, todos os portugueses são meros números!
Como faz uma constante apologia das medidas deste Governo, em variados sectores e, também, na Educação, permita-me que levante algumas questões relacionadas com a profissão docente.
Não deverá ser estranho para si, sendo professor, que os seus colegas se sintam desmotivados e, muitos deles, revoltados com o actual estado da Educação, no nosso país.
E tudo isto porquê? Algum motivo deverá haver para que os professores sintam isso.
Como é professor terá, mais facilmente, a percepção do que se passa, já que muitos outros deputados não a terão, por estarem fora desta problemática.
O professor hoje é, além de docente, um burocrata, que necessita de preencher uma dose enorme de “papelada”. Só gostava de saber quantas árvores têm que ser abatidas para toda essa “papelada” poder existir. E, assim, lá se vão as preocupações ambientais deste Governo.
Por tudo e por nada, lá vem mais um “papel” para preencher. Quase não sobra tempo para o professor poder dar as suas aulas. E, neste aspecto, não há nenhum programa “simplex” que resolva a vida dos professores. Tudo é em suporte papel.
E, depois, referindo-me especificamente, ao 1.º Ciclo, aparecem os sumários e os horários a cumprir, coisa que nunca existiu a não ser desde que este Governo tomou posse. Será possível que, numa turma do 1.º Ano de Escolaridade, onde a ênfase tem que ser dada à Língua Portuguesa, se tenha que interromper essa aula, para se cumprir o horário, que indica, a seguir, Estudo do Meio; por exemplo?
Alguém, com conhecimentos neste Ciclo de ensino, poderá explicar se isso é ou não, verdadeiramente, um contra-senso?
Tenho estranhado que ninguém o tenha feito, até porque é mais “moderno” dar importância às Actividades Extracurriculares, como o Inglês (logo no 1.º Ano, quando alguns alunos nem sabem bem o português).
Claro que não será o senhor Miguel Sousa Tavares, o melhor comentador pró-governamental de que este Governo poderia dispor, que o irá fazer. A esse interessa-lhe mais atacar os professores, sem, por vezes, saber do que está a falar.
Como professor que é, acha que algum docente, em Portugal, tem como estratégia de vida reprovar (ou reter) alunos? Então explique por que os professores estão a ser questionados sobre as razões para reterem os alunos que não têm aproveitamento escolar satisfatório.
Será que se desconfia que os professores retêm os alunos de propósito, só por mero capricho?
Ou, é tudo uma questão , meramente, estatística?
Os professores vão ser diferentes uns dos outros (duas categorias), mas os alunos passam a ser todos iguais. Quer estejam na escola para aprender, quer estejam para nada aprender e nada deixarem aprender aos seus colegas; são todos iguais.
Qualquer dia Portugal está à frente de países como a Espanha, Suécia, Finlândia, etc., já que estatisticamente, somos um país com altas qualificações (vide programa Novas Oportunidades, uma das bandeiras deste Governo).
Na realidade não seremos, mas as estatísticas não deixam mentir, não é?
A seguir vem a machadada final no sistema de gestão democrática das escolas, com a nova (velha) figura do Director com poderes reforçados e a possibilidade de ser a escola a contratar os professores com todo o cortejo de amiguismo, nepotismo ou partidarismo que isso acarreta.
Mas esta mania de ser “moderno” é que não dá provas de abrandar. O que se está a passar em França, em relação à Educação, revela-se um verdadeiro desastre. A participação das famílias e das comunidades no ensino tem levado ao empobrecimento do ensino, abusos, instabilidade e desprestígio da classe docente. Daí à balbúrdia generalizada vai ser só um pequeno passo. Mas, mesmo assim, sendo “moderno”, há quem o defenda (inclusivamente no Governo), como modelo para Portugal.
O que vale é que daqui a menos de dez anos, toda esta política educativa será revista, mas, no entretanto, aguentem-se…
É a vida!!!, como diria o saudoso António Guterres. Que saudades de um Governo sem apoio maioritário no Parlamento, como era o de Guterres. Verdade se diga que na época dele este era um país feliz, muito mais feliz do que é hoje. E o que mais me entristece é o facto de os próprios membros do PS não gostarem de pronunciar, sequer, o nome dele. Até dá impressão que nunca o apoiaram. O “pântano”, lembra-se?
Num dos artigos de opinião que escreveu no “Nova Guarda” mostra-se muito animado com a entrada em vigor da Lei do Combate à Corrupção Desportiva. Se quer que lhe diga, para mim esse é o lado para que durmo melhor. Como não ligo patavina à “bola” (até acho que um dos grandes culpados do estado em que o país se encontra é a “bola”) e toda a gente sabe que há corrupção noutras instâncias diferentes das desportivas, até dá impressão que se faz um grande alarido com isso, para esconder o resto. Pelo menos é a impressão com que alguma gente fica. Ou será que alguém acredita que só existe corrupção no desporto?
Como estamos em época festiva aproveito para lhe endereçar votos de um Feliz Ano Novo.
Atenciosamente
Aristides Duarte
Caro Dr. Fernando Cabral:
Sou eleitor no Distrito da Guarda e leio, sempre, os seus artigos no Jornal “Nova Guarda”.
Sou professor do 1.º Ciclo e sei que o sr. é, também, professor. Sou cidadão e não súbdito e, nesse sentido, resolvi dirigir-me a si, como representante na Assembleia da República dos eleitores do Distrito da Guarda.
Acredito que deve conhecer as localidades de Aguincho, Castanheira, Rebolosa, Foios, Aldeia Velha, Algodres, Escalhão, Sabugueiro, Sandomil, Torre de Terrenho, Mós, Soito, Bismula, Vilar Maior ou Lageosa, todas no nosso Distrito e onde a sua lista candidata às eleições legislativas recebe sempre votos. Pois, nestas localidades, já eu estive a trabalhar. Tenho quase vinte anos de serviço e, como vê, conheço algum Distrito “real”. Sempre aceitei o trabalho, fosse onde fosse. Nunca recorri a “estratagemas” para recusar ser colocado. Como pode verificar sei muito bem o que é mobilidade e não sei o que é a tão apregoada estabilidade do corpo docente, pelo Governo, repetidamente; afirmada.
Não sei, também, porque “carga de água” é que só os professores andam nesta espécie de nomadismo, não tendo estabilidade, quando outros funcionários do Ministério da Educação (nomeadamente os administrativos ou os auxiliares) não têm esse problema. Acho este um verdadeiro “case study”.
Não tenho sido bafejado pela sorte: em 2001, já tinha o “alvará” na mão, para ser colocado numa escola a 15 km da minha residência, quando recebo um telefonema da então Direcção Escolar a informar que, devido a uma reclamação, seria colocado a 100 km de casa. Os restantes candidatos mudaram, apenas, de uma escola a 5 km para uma a 8 ou 9 km.
Noutro Concurso (aquele Concurso “marado” de 2004, do tempo do Santana Lopes, lembra-se?) fui parar a 80 km de casa, enquanto outros colegas menos graduados, com a história dos “destacamentos”, vieram para perto da minha área de residência.
Diga-me, que eu desconheço, onde está a acção judicial contra a empresa que prejudicou professores, encarregados de educação e o país em geral (uma tal Compta), já que as aulas só se iniciaram mais de 15 dias depois do programado, até que outra empresa conseguiu detectar o erro?
Bem sei que foi no tempo de Santana Lopes e já toda a gente (ou quase toda) se esqueceu, mas na época, foi muito falado que iriam levantar um processo contra a empresa e nunca mais se ouviu falar nisso. A própria ministra dessa época regressou ao seu trabalho e não foi nada com ela. Já ninguém se deve lembrar do nome dela.
Já neste último Concurso (de 2007/2008) sou colocado a 125 km da minha casa. Azar… No Concurso não apareceram todas as escolas e eu fui o último a ser colocado. Na semana seguinte à minha colocação surgem já vagas para escolas na minha área de residência (a febre de encerrar escolas deu este resultado- escolas encerradas que não podem ir a Concurso e colocadas a Concurso oito dias depois, porque voltaram a reabrir). Mas eu já estava colocado… E não havia nada a fazer.
Passado pouco tempo aparece uma vaga numa escola a 15 km da minha residência (escola essa onde eu estive colocado já por duas vezes, onde conhecia os alunos e a comunidade) e colocam lá uma colega da área onde eu fui colocado. Ou seja, um professor do concelho de Sabugal vai trabalhar para o concelho de Seia e uma professora do concelho de Seia vai trabalhar para o concelho de Sabugal. Tenta-se uma permuta e… alegam que não é possível. Um dos motivos seria o grave prejuízo pedagógico para os alunos. Assim é que está bem!!! Porreiro, pá!!! Os professores são meros números!!! Aliás, todos os portugueses são meros números!
Como faz uma constante apologia das medidas deste Governo, em variados sectores e, também, na Educação, permita-me que levante algumas questões relacionadas com a profissão docente.
Não deverá ser estranho para si, sendo professor, que os seus colegas se sintam desmotivados e, muitos deles, revoltados com o actual estado da Educação, no nosso país.
E tudo isto porquê? Algum motivo deverá haver para que os professores sintam isso.
Como é professor terá, mais facilmente, a percepção do que se passa, já que muitos outros deputados não a terão, por estarem fora desta problemática.
O professor hoje é, além de docente, um burocrata, que necessita de preencher uma dose enorme de “papelada”. Só gostava de saber quantas árvores têm que ser abatidas para toda essa “papelada” poder existir. E, assim, lá se vão as preocupações ambientais deste Governo.
Por tudo e por nada, lá vem mais um “papel” para preencher. Quase não sobra tempo para o professor poder dar as suas aulas. E, neste aspecto, não há nenhum programa “simplex” que resolva a vida dos professores. Tudo é em suporte papel.
E, depois, referindo-me especificamente, ao 1.º Ciclo, aparecem os sumários e os horários a cumprir, coisa que nunca existiu a não ser desde que este Governo tomou posse. Será possível que, numa turma do 1.º Ano de Escolaridade, onde a ênfase tem que ser dada à Língua Portuguesa, se tenha que interromper essa aula, para se cumprir o horário, que indica, a seguir, Estudo do Meio; por exemplo?
Alguém, com conhecimentos neste Ciclo de ensino, poderá explicar se isso é ou não, verdadeiramente, um contra-senso?
Tenho estranhado que ninguém o tenha feito, até porque é mais “moderno” dar importância às Actividades Extracurriculares, como o Inglês (logo no 1.º Ano, quando alguns alunos nem sabem bem o português).
Claro que não será o senhor Miguel Sousa Tavares, o melhor comentador pró-governamental de que este Governo poderia dispor, que o irá fazer. A esse interessa-lhe mais atacar os professores, sem, por vezes, saber do que está a falar.
Como professor que é, acha que algum docente, em Portugal, tem como estratégia de vida reprovar (ou reter) alunos? Então explique por que os professores estão a ser questionados sobre as razões para reterem os alunos que não têm aproveitamento escolar satisfatório.
Será que se desconfia que os professores retêm os alunos de propósito, só por mero capricho?
Ou, é tudo uma questão , meramente, estatística?
Os professores vão ser diferentes uns dos outros (duas categorias), mas os alunos passam a ser todos iguais. Quer estejam na escola para aprender, quer estejam para nada aprender e nada deixarem aprender aos seus colegas; são todos iguais.
Qualquer dia Portugal está à frente de países como a Espanha, Suécia, Finlândia, etc., já que estatisticamente, somos um país com altas qualificações (vide programa Novas Oportunidades, uma das bandeiras deste Governo).
Na realidade não seremos, mas as estatísticas não deixam mentir, não é?
A seguir vem a machadada final no sistema de gestão democrática das escolas, com a nova (velha) figura do Director com poderes reforçados e a possibilidade de ser a escola a contratar os professores com todo o cortejo de amiguismo, nepotismo ou partidarismo que isso acarreta.
Mas esta mania de ser “moderno” é que não dá provas de abrandar. O que se está a passar em França, em relação à Educação, revela-se um verdadeiro desastre. A participação das famílias e das comunidades no ensino tem levado ao empobrecimento do ensino, abusos, instabilidade e desprestígio da classe docente. Daí à balbúrdia generalizada vai ser só um pequeno passo. Mas, mesmo assim, sendo “moderno”, há quem o defenda (inclusivamente no Governo), como modelo para Portugal.
O que vale é que daqui a menos de dez anos, toda esta política educativa será revista, mas, no entretanto, aguentem-se…
É a vida!!!, como diria o saudoso António Guterres. Que saudades de um Governo sem apoio maioritário no Parlamento, como era o de Guterres. Verdade se diga que na época dele este era um país feliz, muito mais feliz do que é hoje. E o que mais me entristece é o facto de os próprios membros do PS não gostarem de pronunciar, sequer, o nome dele. Até dá impressão que nunca o apoiaram. O “pântano”, lembra-se?
Num dos artigos de opinião que escreveu no “Nova Guarda” mostra-se muito animado com a entrada em vigor da Lei do Combate à Corrupção Desportiva. Se quer que lhe diga, para mim esse é o lado para que durmo melhor. Como não ligo patavina à “bola” (até acho que um dos grandes culpados do estado em que o país se encontra é a “bola”) e toda a gente sabe que há corrupção noutras instâncias diferentes das desportivas, até dá impressão que se faz um grande alarido com isso, para esconder o resto. Pelo menos é a impressão com que alguma gente fica. Ou será que alguém acredita que só existe corrupção no desporto?
Como estamos em época festiva aproveito para lhe endereçar votos de um Feliz Ano Novo.
Atenciosamente
Aristides Duarte
29 dezembro 2007
Resultado da sondagem: Qual o melhor tema de sempre do Rock português?
Ribeira
2 (2%)
Cavalos de Corrida
46 (56%)
Contentores
18 (22%)
Dunas
5 (6%)
A Lenda De El Rei D. Sebastião
8 (9%)
Sansão foi Enganado
1 (1%)
Come Hear The Band
2 (2%)
Let Me Live My Life
1 (1%)
Page One
5 (6%)
Missing You
3 (3%)
Lá Fora A Cidade
1 (1%)
Zimpó
1 (1%)
Oub'la
7 (8%)
Há Que Violentar O Sistema
5 (6%)
2 (2%)
Cavalos de Corrida
46 (56%)
Contentores
18 (22%)
Dunas
5 (6%)
A Lenda De El Rei D. Sebastião
8 (9%)
Sansão foi Enganado
1 (1%)
Come Hear The Band
2 (2%)
Let Me Live My Life
1 (1%)
Page One
5 (6%)
Missing You
3 (3%)
Lá Fora A Cidade
1 (1%)
Zimpó
1 (1%)
Oub'la
7 (8%)
Há Que Violentar O Sistema
5 (6%)
28 dezembro 2007
SUGESTÕES PARA SONDAGENS
Está quase a terminar a sondagem. Aceitam-se sugestões para novas sondagens.
Agradecido
Agradecido
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