05 maio 2005

BIOGRAFIA RUI VELOSO

Este cronista não considera Rui Veloso o pai do Rock Português, porque antes dele já muitos outros grupos tinham cantado Rock em Português.
Só que esses grupos nunca conseguiram ter o impacto que Rui Veloso conseguiu com o seu disco de estreia.
Veloso nasceu em Lisboa, mas foi viver com três meses para o Porto.
Com apenas quinze anos começa a tocar guitarra como autodidacta e em 1976( com 19 anos) conhece Carlos Tê e forma um grupo de Blues chamado Magara Blues Band.
No ano de 1979 grava uma maqueta que a sua mãe se encarrega de levar à Editora Valentim de Carvalho. Esta maqueta incluía temas em inglês e em português. Os elementos da editora interessaram-se pelos temas em português e contratam Rui Veloso .
Em Setembro desse ano, o músico muda-se para Lisboa e forma a Banda Sonora , com Ramon Galarza e Zé Nabo.
Em Julho do ano seguinte é editado o disco "Ar de Rock" com os grandes sucessos "Chico Fininho" e " Rapariguinha do Shopping". Este sucesso levou ao aparecimento de uma grande quantidade de bandas de Rock a cantar em português, a maioria de qualidade mais do que duvidosa ( e do qual só conseguiram sobreviver os GNR, os UHF e os Xutos e Pontapés), no que ficou conhecido como o Boom do Rock Português e ,daí , o título de pai do Rock Português para Veloso.
A Banda Sonora é muito solicitada para actuações ao vivo, durante o ano, e parte para Espanha a fim de gravar um novo disco que será editado no ano seguinte. Trata-se do single "Um Café e Um Bagaço".
Rui Veloso começa, entretanto, a ter problemas com as cordas vocais, que o levarão a interromper por várias vezes a sua carreira.
Uma nova Banda Sonora ( com Mano Zé e António Pinho Vargas, este último vindo da formação dos Arte & Ofício e , hoje, reputado pianista de Jazz) grava o novo LP "Fora de Moda", um disco completamente diferente do anterior e que tem alguns temas antológicos como " A Gente Não Lê" e "Sayago Blues".
O terceiro álbum de Veloso ( que entretanto deixou de ter banda fixa) chama-se " Guardador de Margens" e tem no hino anti-militarista " Eu não quero ir à máquina zero" o seu tema mais divulgado.
Após novas interrupções é editado, em 1986, o longa-duração " Rui Veloso" que inclui " Porto Covo", " Porto Sentido" e "Cavaleiro Andante", um dos grandes sucessos da sua carreira. As letras de Carlos Tê encaixam muito bem nas músicas de Veloso e , ainda que a uma escala caseira, e salvaguardando as devidas distâncias estamos perante a dupla Lennon / McCartney.
Após "Rui Veloso Ao Vivo" sai o muito aguardado disco conceptual "Mingos e os Samurais" , que retrata a vida de um grupo musical de província durante os anos 60 e 70. O disco atinge a astronómica cifra de 80 000 exemplares vendidos (160 000 por ser duplo), o que equivale à quádrupla platina , um número sem precedentes no mercado nacional. Este duplo sai em 1990.
A seguir editará outro disco duplo ("Auto da Pimenta"), uma encomenda da Comissão para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, o qual se revelará um fracasso na opinião da crítica ( para quê um disco destes se já havia o
"Por Este Rio Acima" de Fausto?) e terá pouco impacto comercial, se comparado com o seu antecessor.
Em 1996 sai o CD " Lado Lunar " que é o 13.º Disco de Platina recebido pelo autor e este junta-se ao projecto RIO GRANDE.
O último disco de originais do artista "Avenidas" (editado há 4 anos) mostra-nos um Rui Veloso mais calmo e com mais vagar ("Do meu Vagar" é o tema emblemático deste disco). Gravado em Inglaterra, com músicos ingleses e produção de Luís Jardim, este disco contém , como curiosidade , um tema cantado em inglês.
Rui Veloso é hoje uma espécie de instituição da Pop Nacional. Já nada tem a ver com o magrinho de bigode que cantava o "Chico Fininho". No entanto , a sua evolução como músico tem sido notória e o seu refinamento como artista e autor, também.

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